O que muito hoje a humanidade necessita? Refletir...
Precisa buscar ajuda... Permitir-se intuir...
Encontrar caminhos para si e fazer-se companhia
Apoiar-se em Deus, dar créditos aos seus
Reencontrar-se com a VIDA e a POESIA.

É um convite a pensar, conversar
Meditar com palavras explícitas
Implícitas experiências do Coração
Dar mais um espaço à EMOÇÃO!
"...a POESIA é para comer, senhores..."


quinta-feira, outubro 19, 2017

O que plantei, reguei...



"Podemos escolher o que plantar, 
mas somos obrigados a colher o que semeamos."
__Provérbio Chinês



                 Todos, sabedores ou não, plantamos muito (tudo e nada) ao longo da caminhada... E se me perguntam... - Como um poeta, que busca andar com a esperança, a fé, com as belezas da natureza, com o amor..., também vive a colher tanto mais diverso ou recebe dor?  A resposta mais complexa é simples: pelas infindáveis nuances da vida e de viver em cada ser. 
 Ou ainda...

               Podemos ser capazes de vislumbrar (sonhar) o que queremos viver, mas não o que vamos viver no sentido do sentir, no sentido de como as emoções, as sensações, o que nos alcança etc., em nós vão repercutir. Podemos e devemos querer buscar o melhor a viver e fazer, o que há de bem e bom, com relação a nós e aos outros. O que não quer dizer que sempre acertaremos com relação a nós mesmos e, principalmente, acerca de outro ser (ou seres), convivendo ou aproximado, e os impactos que recebemos (mesmo sem notarmos) com a energia desse outro ser (ou seu ego, superego), e que, às vezes, nos fazem ver e outras vezes nos deixam cegos...

       Em momentos mil e milhões, em sua passagem pelo mundo, a humanidade (e o poeta não está longe de tê-la) há de ter recebido de volta, "para si", em confronto com seu 'eu' (como 'expansão' de sua energia), cada ato (ou agir inexato), cada sentimento (bonito ou não), cada erro ou acerto (consciente ou não), cada verdade ou engano, cada aceite para a escravidão (seja escravo do trabalho, de valores distorcidos, ignorância, preconceito, negação etc.)... cada manifestação energética fluídica doada, espaçada ou semeada; há de receber de cada um desses, o fruto do seu grão.
      Exemplificando... Podemos querer "viver um grande amor", ser plenitude de querer se doar, amar e ser, mas se do outro lado só houver dúvida, fuga, escárnio, medo, ego, engano ou não superada dor, qual caminho haverá a andar?  "Ah, mas não cura tudo o amor?", alguns vão pensar. Mas não conseguem perceber (diferente de pensar, que é algo apenas mental): como tem flores que desabrocham e outras não; há quem queira cura, outros não...  E é salutar ter essa consciência... Melhor ter contato, por exemplo, com a tristeza plena de uma verdade a ser superada (e dar lugar ao novo) do que com fragmentada e irreal alegria, ou viver a mentira da deslealdade consigo mesmo ou sob os costumes de uma alma apequenada ou sem condição de real visão.
        O Amor é benigno e não força (pois, que beleza ou importância tem algo 'à força', algo que não seja de um fluir interior, espontâneo, ou mendigar presença na vida de quem já têm escolhas que não nos incluem verdadeiramente?). O amor é novidade de vida e não se impõe aos adeptos do "mais do mesmo", a quem com ele não queira se doar ou companhia no caminhar... Ou ainda, não se faz presente nem compactua com quem esteja preso nas masmorras da "atrativa impossibilidade", o "amor" idealizado, cultuado por ser impossível. Na verdade, o nome desse "amor" é outro...  Permanecendo o bem-querer (mas não o alastrar do engano semeado pelo outro lado), e o que aqui viemos saber, mais uma lição: dois juntos só andam bem se quiserem ser par, se quiserem um com o outro andar. Corações liberados para amar.


"O que eu plantei...
Foram caminhos que caminhei
Foram sementes que aprendi
Desde minha chegada aqui

O que eu plantei...
Foram também caminhos que desconstruí
Foram visões que adentraram em mim
Foram todos os não e todos os sim

Foram as derrubadas lágrimas 
e inesperadas alegrias 
Também todas as sensações que forcei 
e as que fluíram em magias

O que plantei...
São as verdades e enganos que são sobre mim
E o que apreendi sobre vão e os que não são
São as cores e flores que vi e as que não enxerguei

Foram a calmaria e revoltas que naveguei
Foram os sentidos que me fizeram aflorar
Foram as dores crescentes e a abandonar
O que percebi que é infinito, e as coisas só mentes

Hoje (tempo/caminhada recentes)
Com o fruto do que reguei
Com o crescimento à vista
Com o resultado seguro em minha mão

Não há surpresa em perceber
Como é real o pluriversal "plantar e colher"
Como vi só o que limitei a visão
Que o fruto veio da semente... Ilusão.
__Valéria Milanês
Imagens: Google imagens

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...