"...a POESIA é para comer, senhores..."O que muito hoje a humanidade necessita? Refletir...Precisa buscar ajuda... Permitir-se intuir...Encontrar caminhos para si e fazer-se companhiaApoiar-se em Deus, dar créditos aos seusReencontrar-se com a VIDA e a POESIA.É um convite a pensar, conversarMeditar com palavras explícitasImplícitas experiências do CoraçãoDar mais um espaço à EMOÇÃO!
quinta-feira, fevereiro 02, 2023
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A poesia em nós...
"Toda interpretação
descortina uma confissão..."
___Valeria M'Aluahy
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Desconexão sensorial...
"Medo culpado, egotismo
São forjados sentimentos
Na pseudo autopreservação
Padronização é projeto abjeto
Sem sentir,
O ensimesmado não conhece a si..."
__Valeria M'Aluahy
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O 'conhece-te a ti mesmo'
(e o universo) é caminho
de volta para saber, viver,
ser, também, o outro.
Como bem disse o poeta...
"Tenho em mim um sentimento de aldeia
e dos primórdios.
Essa fascinação me levou
Essa fascinação me levou
a conhecer melhor os indígenas”.
__Manoel de Barros
__Manoel de Barros
.
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O mais que se queira fazer por meio
de superficialismos, pactos mentais,
paradigmas forjados meramente
na mesmice do capital
ou perda deste etc. e tal...
É vão!
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Para além do mesmal...
"Sem atento intento,
tudo é vão..."
__Valeria M'Aluahy
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"Certa vez, um antropólogo inglês entrou na oca de um indígena e viu uma máquina de escrever pendurada na parede da oca como se fosse um "desutensílio", diria o poeta Manoel de Barros. Isso aconteceu em 1950, época em que a máquina de escrever era o símbolo técnico da cultura branca autointitulada “civilizada”. O antropólogo nada perguntou ao indígena, e retornou a Londres para tentar entender aquele ato que subvertia o significado e uso costumeiros daquele objeto.
O antropólogo consultou teses e tratados, porém nada encontrou na teoria que explicasse o gesto do indígena. Até que, de repente, ele olhou para a parede de sua biblioteca e viu um arco e flecha pendurados como objeto artístico... Então, o acadêmico compreendeu que aquilo que ele fizera com o arco e flecha, o indígena fez com a máquina de escrever...
Graças ao ato artístico-subversivo do indígena, o antropólogo compreendeu mais acerca de seu próprio “mundo civilizado” do que lhe ensinaram os livros científicos. O indígena era o “outro” do branco, mas o branco também era o “outro” do indígena. Nem todos são brancos, nem todos são indígenas, mas todos são outros: o outro é o valor mais universal. É essa universalidade da Diferença o que o poder paranoico mais teme, e é contra ela que ele sempre quer impor seu modo de viver homogêneo, “mesmal” (como diz Manoel de Barros).
O indígena da narrativa nos ensina que talvez a arte e a educação comecem no olhar, um olhar que interroga e recria, também criticamente, o sentido de nós mesmos e do mundo .
Um olhar assim é sempre pensante, questionante, insubmisso, estrangeiro. Ele é estrangeiro não no sentido literal , e sim porque ele suspende nossas habituais certezas e nossos roteiros prévios acerca de como viver e agir. Ele não é um olhar de fora, mas sim um olhar ainda não colonizado por aquilo que está estabelecido e etiquetado pelos poderes dominantes.
Nesse sentido, pensar é sempre produzir em nós um devir-indígena no seio mesmo de nossa sociedade que se intitula “branco-civilizada”. É preciso construirmos um devir-indígena nos parlamentos, nas sociabilidades e também nos espaços acadêmicos onde são produzidos nossos conhecimentos.
Pensar essa Diferença que o indígena exerceu é fazer dela um “devir-outro” de nós mesmos . Precisa haver um devir-indígena em toda educação-libertária cujas lições sejam arcos e flechas em ação de resistência e defesa da comunidade, e não meros enfeites teóricos.
Para conseguirmos enxergar o que nos faz humanos nessa época trevosa, na qual até a barbárie é tecnológica, só mesmo redescobrindo em nós o olhar ancestral que também é subversivo, crítico e criativo: nada mais contrário ao olhar vestido com uniformes militares do fascista-genocida e seus garimpeiros do que o olhar nu e livre do indígena".
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Fonte texto:
O antropólogo consultou teses e tratados, porém nada encontrou na teoria que explicasse o gesto do indígena. Até que, de repente, ele olhou para a parede de sua biblioteca e viu um arco e flecha pendurados como objeto artístico... Então, o acadêmico compreendeu que aquilo que ele fizera com o arco e flecha, o indígena fez com a máquina de escrever...
Graças ao ato artístico-subversivo do indígena, o antropólogo compreendeu mais acerca de seu próprio “mundo civilizado” do que lhe ensinaram os livros científicos. O indígena era o “outro” do branco, mas o branco também era o “outro” do indígena. Nem todos são brancos, nem todos são indígenas, mas todos são outros: o outro é o valor mais universal. É essa universalidade da Diferença o que o poder paranoico mais teme, e é contra ela que ele sempre quer impor seu modo de viver homogêneo, “mesmal” (como diz Manoel de Barros).
O indígena da narrativa nos ensina que talvez a arte e a educação comecem no olhar, um olhar que interroga e recria, também criticamente, o sentido de nós mesmos e do mundo .
Um olhar assim é sempre pensante, questionante, insubmisso, estrangeiro. Ele é estrangeiro não no sentido literal , e sim porque ele suspende nossas habituais certezas e nossos roteiros prévios acerca de como viver e agir. Ele não é um olhar de fora, mas sim um olhar ainda não colonizado por aquilo que está estabelecido e etiquetado pelos poderes dominantes.
Nesse sentido, pensar é sempre produzir em nós um devir-indígena no seio mesmo de nossa sociedade que se intitula “branco-civilizada”. É preciso construirmos um devir-indígena nos parlamentos, nas sociabilidades e também nos espaços acadêmicos onde são produzidos nossos conhecimentos.
Pensar essa Diferença que o indígena exerceu é fazer dela um “devir-outro” de nós mesmos . Precisa haver um devir-indígena em toda educação-libertária cujas lições sejam arcos e flechas em ação de resistência e defesa da comunidade, e não meros enfeites teóricos.
Para conseguirmos enxergar o que nos faz humanos nessa época trevosa, na qual até a barbárie é tecnológica, só mesmo redescobrindo em nós o olhar ancestral que também é subversivo, crítico e criativo: nada mais contrário ao olhar vestido com uniformes militares do fascista-genocida e seus garimpeiros do que o olhar nu e livre do indígena".
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Fonte texto:
Folha de Piraju - "Certa vez um antropólogo", por Elton Luiz Leite de Souza
- o autor é professor de Filosofia. Professor Adjunto na empresa UNIRIO/UFRJ
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Vãos mortais - Origens...
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📷>> Desconheço Autoria //
Fonte:: "Vaquinha para índios Yanomami que estão morrendo desnutridos devido ao garimpo ilegal: saiba como ajudar" matéria de Isabella Jabali - site: Razões pra acreditar, em 29/05/2021
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Poesia: Myrian Krexu
Voz: Maria Bethânia
"A mãe do Brasil é indígena"
Vídeo by GentesTV
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*Texto/Poesia na íntegra
"A mãe do Brasil é indígena
“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo. Sua raiz vem daqui, do povo ancestral que veste uma história, que escreve na pele sua cultura, suas preces e suas lutas. Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que muitas pessoas têm. Nós somos um país rico, diverso e guerreiro, mas um país que mata o seu povo originário e aqueles que construíram uma nação, que ainda marginaliza povos que já foram escravizados e seguem tentando se recuperar dos danos. O indígena não é aquele que você conhece dos antigos livros de história, porque não foi ele que escreveu o livro, então nem sempre a sua versão é contada. Ele não está apenas na aldeia tentando sobreviver, ele está na cidade, na universidade, no mercado de trabalho, na arte, na televisão, porque o Brasil todo é terra indígena. Sabe aquela história de que ‘sua bisavó foi pega no laço?’ Isso quer dizer que talvez seu bisavô tenha sido um sequestrador, então acho que você deveria ter mais orgulho do sangue indígena que corre em suas veias. A mãe do Brasil é indígena”. ___Myrian Krexu
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Myrian Krexu (Guarani Mbyá)
> A primeira médica cirurgiã cardiovascular indígena do Brasil
> Médica cirurgiã, advogada e estilista.
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