Série: Verso&Prosa_Crônica&Reflexão
"Esses que pensam que existem sinônimos,
desconfio que não sabem distinguir
as diferentes nuanças de uma cor."
__Mário Quintana
Genericamente, palavras são "meros substituidores" de algo que, verdadeiramente, não tem nome... Portanto, não refletem especificamente tudo ou nada, apenas resquícios "do que É", - que por convenções 'concordamos' -, e geram, 'precariamente revelam', o que está sendo legitimado por uma palavra ou mais, mas que, por sua origem, muitas vezes metafísica, não existe o que possa conter ou definir/expressar completamente o que tem vida. Dado a isso, e trocentos motivos mais, temos a existência dos sinônimos, que são (livremente falando) palavras semelhantes umas às outras - em termos de sentido, em termos de semelhanças – assemelham-se mas não são iguais -, e que, na verdade, diferem entre si.
Aprendemos palavras para nos 'adequarmos à língua vigente', mas já nascemos sabendo nos comunicar... E sabemos pelo sentir e não pelo pensar... A vida pode estar na palavra dita ou escrita, porém Não É a palavra dita/escrita. Por isso vemos um escrevendo de um jeito, por exemplo, e outros de outra forma as "mesmas palavras". É o Querer, o Ato, a Vida de quem escreve (ou profere) seus sentimentos, seus momentos, seu fluir - enfim, seja para o que for - que dá sentido, corpo, toque, calor... - sendo a beleza da Palavra em si. Portanto, o poder, a mão, o mover do homem e seu transbordar é a "Alma de uma Palavra".
Isto dito, acerca dos desencontros das palavras e sobre o domínio da mente tão difundido (mas muito mal propagado), o mais é consequência, e consequência... (Então, não... Palavras somente não são suficientes... E, embora muitas pessoas e expressões "se enganem" quanto a isso, nunca foram aprazíveis nem aos poetas - e nem serão, principalmente, com tantas tentativas de enquadramento - que têm as palavras como companheiras, mas não pela definição, e sim pela busca da Vida dos Sentimentos ou A Alma Humana Derramada - expressas nesta ou naquela, mas não contida...). Assim sendo, palavras não podem abrigar completamente a complexidade metafísica do sentir e do agir inerentes aos sentimentos e às questões de Ser... Humano. São simbologias que buscam enviar, preparar, empenhar o que será... Ou não.
(- E o "não" tem tido um protagonismo nefasto em tempos atuais e cada dia mais: não-verdadeiro, não-cumprimento-da-palavra, não-honestidade, não-sinceridade, não-realidade, não-ser-o-que-diz-ser...)
Assim, ao mundo, então, inflado cada dia mais com ‘quebra-da-palavra’, cheio de demagogia, o que palavras programadas são?
Dependendo do contexto não passam de enxertos, migalhas ou mecanismos de ilusão... (Agora com os símbolos emoticons ou emojis, então... tão em moda...). Logo, sem atos de amor, de envolvimento ativo (o que podem ser 'classificados' como espontâneos), de atenção (e devoção) com o real da vida, mesmo em meio às palavras mais 'expressivas de calor', o nada é o que temos, galopante e prevalecendo (isso sem contar as repetições e seus alejumes...).
Mesmo com tantas palavras e "consequências" destas (que poderiam ser e ter grandes frutos), as temos apenas como coisas jogadas pelo mundo... Assim, eis do que o mundo mais tem se enchido: blá, blá, blá...! E mais...
Tanto quanto palavras de Amor podem ser mecânicas (causando os muitos males que vemos por aí "por causa do Amor"), atos de Amor não são mentais (embora tentem fazê-lo; nem serão). Mesmo que muitos pensem que sim (pensem, do "Penso, logo, o que penso é o tudo o que existe.") - ou querem assim acreditar (e divulgar um "cabresto formatado"), e agem no dia a dia não percebendo que assim está ocorrendo e, o mais 'alarmante', desconhecendo a origem dos atos que estão tendo... Vi_vendo, na verdade, sobre "as coisas da vida" um grande embrulho (ou interior entulho): em uma "ditadura da uniformização obrigatória que impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.” – Eduardo Galeano
Enfim, o mundo vive pelo o que é padronizadamente ensinado apenas, e obscuramente acreditando que tudo é como 'o ensinado'... O Sistema! Onde muitos aprendem a acumular não só coisas como as palavras (também há os que não colecionam coisas, mas muitas palavras). Promessas na vida, que são meros bibelôs (ou, no francês, bibelots. Em diversas línguas pode-se acumular palavras), e mesmo assim, com 'riqueza de vocábulos', não direcionar um mísero átimo de agir para as cumprir (inclusive para si mesmos). Como fosse algo que suprirá a "vida da ação"; ou permitindo-se ser 'guiado pela carruagem vigente ou emergente', desmerecendo o íntimo ser, o conhecer íntimo real, a reflexão etc. O que é, sem dúvida, também uma forma de querer viver e ver a vida (isso, evidente, se for uma decisão consciente, incluindo a consciência das devidas consequências - e não apenas um agir repetido, e repetido). Onde, nestes termos, cada um age conforme acredita que crê... Faz "o que acredita que deve fazer"...
Mas, e o Amor? Quem é, Como age e o Quanto tem o poder de nos reavivar, inclusive das "mortes" que criamos, endeusamos em nossa alma, inclusive com meras palavras...?
Para muitos, é nada!, pois assim vivem, aprenderam e replicam como 'única verdade' (ou seria ignorância?). Algo normal em um mundo puramente mental, teórico, cheio de ganância, materialismo, intolerância... Desconhecendo (ou melhor, desaprendendo) essa "Lição Infinita"; a Chave contra os limites ilimitados (já existentes, cibernéticos ou não, e tão costumeiros, que são até poucos notados); esse Poder Transformador que nos devolve a nós mesmos...
Sendo uma coisa ou outra denominada, delimitado por mente ou palavra, uma questão com Ele (que É quem É e não a formatação eleita que for) não se apaga: - só quem busca andar de mãos dadas com Ele, que não é formado neste mundo, pode conceber e vivenciar o que Ele quer nos mostrar, incluindo o que somos e podemos em diversas áreas, não só sobre 'romantismo'... (entre aspas mesmo, pois é também muito mal reconhecido, divulgado e, até, muito profanado. Sendo o que não é para ser o que querem que seja; enredando o 'amor' nesse imbróglio conveniente: o da descaracterização). E o caminho a ser percorrido não é por mera estrada, e sim quando entramos em conexão com Aquele que conhece a linguagem universal (que vamos aprendendo a desaprender, desconhecer; enganá-lo e não escutá-lo), e que pulsa para nos acordar (e é fonte de expressão direta com o Poder Criador da Vida): o Nosso Coração. Acordai!
P o i s . . .
"Amar... É ser mais e além de si mesmo..."
__Valéria Milanes Aluahy
"Sobre tudo o que se deve guardar...
Guarda o teu coração...
Porque dele procedem as fontes da vida."
Fonte imagens: Google imagens
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