"Salve-se quem quiser,
Perca-se quem puder."
__Paulo Leminski
Programações são o que mais há em voga, mesmo sem o mundo notar... E, o que é mais preocupante, mesmo não notando-as, seus perigos estão em todo lugar.
Precisamos notá-las para saber o que queremos vivenciar, pois, um dos grandes perigos das programações é que elas se... concretizam! Tipo colhemos o que planejamos tanto quanto plantamos.
Porém, 'programação dura', ou seja, fórmulas matemáticas de funcionamento para máquinas é o funcional, mas em um contexto social...
Programação... é mortal!
Vivemos em uma era em que o 'moderninho', o 'ultra super colored' dos bytes, dos flashes de selfies, dos símbolos de emoção (são só símbolos mesmo... diga-se de passagem), dos games online e coletivos (dentre infinidades de possibilidades apresentadas nessa era), são as maravilhas para ser e viver. Tudo muito registrado, muito colorido, muito comentado, muito simbolizado, muito visto, muito curtido... E assim, 'nesses muitos', estamos no top dos acontecimentos, dos momentos, dos sentimentos (opa! dos sentimentos?!), de como anda a carruagem que 'carrega a humanidade'... Carruagem essa que, mesmo em meio à toda diversidade acima falada, podemos resumi-la em uma só palavra: Programação.
Mas como uma só palavra pode resumir tanta diversidade? Pela repetição, padrão, robotizada ação se repetindo, se repetindo.... E, num crescente, se expandindo.
Embora muitos não notem, no mundo robotizado, digo, mundo todo programado, não temos, contudo, as tantas cores propagadas nesses 'flashes artificiais', temos um conjunto de atos limitados apenas, replicados com pinceladas de tinta superficial. Pois, embora muitos digam que estamos na era da informação ou da 'maior interação social já existente de todos os tempos', essa informação é outro tentáculo de programadores, já que isso inexiste ainda e inexistirá concretamente, e sempre, sem o Tato Pessoal, e é facilmente descoberto por ser uma falácia. Já as verdades, que são pluriversais (ou seja, ultrapassam mundos), nunca sofrerão rusgas de programas e, portanto, ainda assim se revelarão, tais como a lista abaixo do vídeo. Lista que poderia ser imensa, como imensa está a Era da Ilusão, mas as questões abaixo servem ao propósito da reflexão:
Vídeo meramente ilustrativo em matéria de arte e educação,
não havendo nenhum cunho comercial envolvido.
Fonte/Créditos no vídeo
__ Conviver não é o mesmo que VIVER COM;
__ Ver, visualizar não é o mesmo que ENXERGAR;
__ Marcar compromissos, agendas não é o mesmo que ENCONTRAR COM;
__ Olhar fotografias não é o mesmo que PERCEBER UM SER;
__Pensar em cheiros e sabores não é o mesmo que SENTIR;
__Colocar inúmeros símbolos de sentimentos (emoticons) não é o mesmo que AGIR com o impacto do fluir da TERNURA, da EMOÇÃO ENTRE OS SERES.
Com a listagem acima podemos ter acesso à mais uma verdade que, na era da simplificação, querem fazer sumir: palavras sinônimas não são idênticas, são assemelhadas, citam sobre semelhanças, e nem por isso uma será idêntica à outra nessa ou naquela situação. Sendo sinônimas, não são sobreposição! E nisso um mestre já nos ensinou, mas temos propositalmente nos esquecido ou temos sido ensinados a esquecer, pois padronização é mais controlável: "Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor".
Assim também com relação às situações da vida.... Uma questão 'definida' como sendo parte ou participante da vida não é um catálogo fechado de como ser e agir ao longo de toda uma vida, por exemplo. Ou diante de todo um grupo... Seja familiar, fraternal ou amoroso. Catálogo de ser e de agir estão cada vez mais sendo seguidos, como sendo "uma conta de rede social"... Porém, para robôs, a programação é salutar e satisfatória, já para a humanidade... Mata!
Mata sonhos, mata espontaneidade, mata visão, mata ternura, mata fluir de cores pessoais e essenciais, mata a percepção, mata o canal de comunicação entre um ser e seu coração e, por último - mas não menos importante e de grande proporção catastrófica, embora seja como a programação: não vista, mas real... Mata a paixão do amor...!
Quem é a paixão do Amor? É o fluir do amor em ação... Aquela que faz notarmos os outros seres de forma mais linda, mais encantadora.... Notarmos a beleza da vida em cada ser. Aquela que faz que queiramos o bem incontrolável, instintivo, inenarrável a alguém; aquela que faz que mais vejamos nosso ser em outros seres (familiares ou não) e queiramos dar a eles tudo quanto gostaríamos de receber... Aquela que dá a mão para dar uma abraço, não por convenção, pró-forma ou status, mas para unir coração com coração. Aquela que nos faz não homens em sociedade apenas, mas seres humanos e da natureza, e de sua grandeza, pois nos faz semelhantes aos animais em vivência de afeto, carinho, essência, respeito, valorização... Aquela que nos faz sermos mais do que nos dizem que somos, faz-nos perceber o que temos não somente em coisas, mas verdadeiramente... Aquela que nos faz ter paixão... pela vida!
A vida por ser impronunciável, em termos de definições, abriga e sempre abrigará infinidade de possibilidades, inclusive as de morte... Mas há mortes e mortes, inclusive. Existem, como vemos se repetindo e se repetindo, pessoas 'matando entes queridos' por causa de programações (como exemplos tristes de pais que esquecem seus filhos em carros - causando até suas mortes, em contexto extremo real, físico, mortal, por terem saído de uma rotina vivida sabe-se lá por quanto tempo e nem sentida). Tem os que matam pais, mães, filhos, amores... por negligência, conveniência, egoísmo, covardia, comodismo, medo ou outra forma de torpor, que tem 'carinha' de: trabalho acumulado, falta de tempo, agenda cheia, cinismo, amnésia, contas a pagar, coisas que se quer conquistar... E dentro disso ainda, a vida vai nos mostrar em repetições de situações o quê ou como tem sido no envolvimento, comprometimento, nosso diferencial com a vida (das pessoas à nossa volta, inclusive) e com as coisas... Como temos gerido nosso 'carrinho de ser, fazer e viver', e o que temos 'matado' repetidamente...
Podemos viver inúmeras situações na vida, porém vivenciar os caminhos de morte que nossa sociedade está a cultivar não nos fará perceber a Vida em nós, e sim a que um dia passou... Por nós!
"Foi assim... Foi como sempre...
Eu te vi, você não me viu
Eu te procurei, você não entendeu
Eu te toquei, você não sentiu
Busquei o "Nós", só encontrei "Eu"
Não consultou intuição ou coração
E tudo foi como programado
Um para cada lado..."
__Valéria Milanes Aluahy, in "Como sempre"
Fonte imagens: Google imagens
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