"Tudo o tempo leva.
A própria vida não dura.
Com sabedoria,
colhe a alegria de agora
para a saudade futura"
__Helena Kolody
Por mais que não queiramos lembrar, nunca nos esquecemos de uma certeza: a vida, o tempo não são controláveis... Podemos o que sonhamos e muito mais, mas enquanto vida tivermos... Mas, o quanto será? Quanto tempo seremos?
Será que a vida espera todo o tempo que nem sabemos se temos?
Vivemos um tempo em que parece que a vida, o tempo (ou ambos) correm desenfreadamente. Vivemos uma época em que a sensação é que não temos tempo para nada ou, ainda, que a 'vida está correndo'. E essa sensação para muitos torna-se o grande motivo, a justificativa, para esquecer, para não lembrar o que deveria não esquecer... O grande vilão de tudo o que não está sendo... A desculpa perfeita para se dizer o porquê das ausências, da falta de comprometimento, das displicências e, até, das negligências. Embora não seja a verdade inteira, embora não seja o real...
O que o tempo de hoje - que não fala - está a dizer é: não é ele que está correndo, mas o mundo é que não está andando... Cada ser está empenhado demais em diversas coisas ao mesmo tempo, menos com o essencial de seu cada dia. Está com um grande 'bolo de informação' (informações fragmentadas, muitas das vezes) sem real ligação, sem concretização. Onde temos um mundo correndo, mas o viver parado... Um mundo pessoal estagnado.
Não é difícil ver o 'corre-corre' do dia a dia por onde quer que se vá, assim como é comum notarmos uma inércia, uma blindagem pairando no ar. Será mesmo que não há mais tempo para nada? Ou o pai de família largou o fim de semana com os filhos, a família, pelos jogos online? Será que o marido não tem espaço para sair com sua esposa e jantar ou passear, ou é mais conveniente ficar parado na rotina com o tal 'descansar' - que não descansa nunca! - e para o happy hour com amigos há sempre um lugar?; será mesmo que não há espaço para o amor, ou apenas é a desculpa mais fantástica para se esquivar do se doar; e mais conveniente, criando aparente liberdade, alimentando o vazio profundo na alma, e que alimento conquista nenhuma acalma?
Se tudo o tempo leva, o homem não tem se deixado levar como convém... Pensa que está a revolucionar o seu tempo, quando, na verdade, busca o não tão necessário para se entorpecer, adormecer, e deixar a vida passar... E depois ter 'alguém para culpar'... Mais do que falta de sabedoria, isso é criar um reservatório de dores; é não ser protogonista na própria história e depois viver a lamentar.
A vida é constituída de etapas, crescimento, envolvimento... Mas nem todos tem vivido conscientemente o quão estão deixando sua vida, sua história à margem, e esquecem que nosso tempo (e o de outros) é uma passagem, um bilhete sem conhecida data de retorno da viagem.
Quando deixarmos de olhar o tempo e olharmos para nós mesmos - nossas missões, nossos quereres, nossos sonhos, nossos entes queridos e amados -, realmente havemos de colocar tudo no seu devido tempo e lugar, pois se assim não o fizermos, não será o tempo quem sofrerá, mas, tão somente, nós por abdicarmos de tudo o que nos faz humanos, plenos, capazes e realizadores; para sermos somente quem espera ver o filme de sua vida rodar...
Viva o hoje plenamente. Faça hoje! Mude hoje! Revolucione hoje! Ame hoje! Faça o que tem de fazer consciente... O amanhã poderá chegar para você, mas para os que você mais ama, talvez não... Esse é o enigma do tempo, da vida. Essa é a visão, dimensão que não temos realmente controle; o resto basta ter consciência, coragem e coração.
"O tempo...
O de ontem passou, ensinou...
O hoje está para quem estiver,
E o amanhã... Ah, o amanhã...
Para muitos nem existirá;
Não nesse tempo...
Memórias que não se quer ter,
Desenhadas estão no coração.
Verdades que não se quer ver,
Mesmo assim são.
Mistérios que, mesmo querendo,
Não são para compreender...
Com tempo...
Devemos viver.
Sem tempo...
Devemos esquecer.
Há tempo...
Devemos querer,
e não se deixar morrer..."
(Valéria Milanês)
Fonte Imagem: Google imagens
#Pra meditar...
A Borboleta Azul
Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? - perguntou a irmã? - Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando. - Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta? Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você. Ela está em suas mãos.
___Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro. Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos). Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta. Cabe a nós escolher o que fazer com ela.
Fonte Imagem: Google imagens
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