"Extra! Extra!
Quem são? Onde vivem?
Como se alimentam?
Como se reproduzem?
Como se alimentam?
Como se reproduzem?
Veja hoje, now, agora...
Sem marcada hora
ou prazer turístico
Sem marcada hora
ou prazer turístico
Nos cafofos, vielas, guetos,
periferias da nossa feliz_cidade,
periferias da nossa feliz_cidade,
digo, da nossa sociedade...
Os que para serem dignos de viver
devem trabalhar até morrer
Os invisíveis, inúteis, falsos alforriados
Os que têm vida porque insistem...
Os abomináveis rentáveis,
Os desvalidos marcados,
Os dormentes, que só devem,
é isso que merecem
- e para alguns nem isso.
Os nascidos já colonizados,
Os que só existem..."
__Valéria Milanes Aluahy
Os que para serem dignos de viver
devem trabalhar até morrer
Os invisíveis, inúteis, falsos alforriados
Os que têm vida porque insistem...
Os abomináveis rentáveis,
Os desvalidos marcados,
Os dormentes, que só devem,
é isso que merecem
- e para alguns nem isso.
Os nascidos já colonizados,
Os que só existem..."
__Valéria Milanes Aluahy
D.A.
"As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida,
fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata."
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