"A felicidade que inspiramos
tem algo de encantador que,
longe de se enfraquecer,
como todos os reflexos,
como todos os reflexos,
volta para nós mais radiosa."
_Victor Hugo
... o contrário, também é possível com proporções inimagináveis:
infelicidades que alimentamos, que somos co-autores, nos fazem receptáculos, e colaboradores da mais profunda escuridão...
Sim, vivemos em um mundo tenebroso. Sim, somos responsáveis pelo o que semeamos... E os motivos são vários, porque vários somos nós: complexamente completos e completamente complexos. Onde, às vezes, querendo fazer o bem, operamos o mal; desejando o melhor atuamos com o nosso pior... Isso, também ocorrendo devido a leitura que nos dão, devido à alguma errada impressão, má interpretação. Devido às mais diversas respostas às seguintes questões: sabemos realmente o que tem sido semeado, por nós e por outros? Sabemos, ou apenas respondemos como queremos? Ou vivemos e pensamos acerca dos outros somente segundo uma ótica limitada, tacanha, pequena... de nós mesmos ou dos que estão a nossa volta?
Claro, podemos sempre, dentro dos vários motivos que temos, nos apegarmos às situações que o mundo nos deu de presente, ao longo da vida, para respondê-las... Podemos olhar "o outro", e tudo quanto já nos fizeram, e "nos explicarmos": agimos em reflexos, são os conhecimentos que temos sobre a vida, são "o troco" que damos a alguém... Onde, portanto, não cabe o nosso melhor no dia a dia, somente "o troco".
Conhecemos em nosso interior que não está correto sermos somente "reflexos", como "jogadores que ficam esperando o agir do outro para a próxima jogada"... Mas, isso não importa... Importa o "EU". Importa descarregarmos as mazelas que o mundo nos deu... Importa sermos como nos definem, nos aprisionam, como esperam que sejamos, já que assim estamos: doutrinados somente a refletir a 'luz dos outros'...
Com isso vamos nos esquecendo... Vamos esquecendo da visão que temos... Deixamos de olhar um ato ou atos por diversos ângulos: deixando de olhar o bem que já nos fizeram, para olharmos somente o que nos convém; olhando somente "o que nos feriu", mesmo sem realmente conhecermos se a ferida que foi aberta foi intencional - pois só há 'dolo, quando há a intenção', o planejamento de uma ação -, sem darmos oportunidade a alguém de forma real; sem querermos ver o mal que nós temos feito ao longo das "nossas necessidades sanadas", que devem ser observadas - e que são mais importantes do que as do outro.
É... Em um discurso sobre como alguém deve agir, não admitimos essa que a grande verdade que faz o mundo cada vez mais mergulhado no breu: Nossas necessidades, Nossas verdades, Nossa condição... SÃO MAIS IMPORTANTES do que as de quem quer que seja! Na verdade (mas, sem a luz da verdade) só queremos ver o que queremos, o que já está enraizado em nós... e vamos nós a alimentar a escuridão no mundo...
Mas... como devemos ou podemos ser se o mundo nos causa dores? Milhares de respostas bonitinhas e politicamente corretas - seguindo a hipocrisia de dizermos o que o outro deve fazer para melhorar o mundo - são possíveis, mas uma é suficiente e a mais inquietante de todas: fazendo o bem! Não um 'bem hipócrita', do tipo "eu sei o que é melhor para alguém" - quando não vivemos um bem, um melhor nem para nós mesmos, muitas das vezes, em muitas situações... Não um bem do tipo "faço o que posso" - quando este "posso" está a fazer o mal... E sim um Bem que, às vezes, nem tem 'corpo', mas tem um Querer Bem; às vezes, nem tem um ato ainda, mas tem o se importar, o querer O Bem para alguém... Nem tem benefício algum para si, mas tem o fluir de, por exemplo, observar, enxergar alguém com o carinho que ninguém o olha, ou ouvi-lo, quando ninguém o escuta... Só por este ser ser uma parte de nós, e como gostaríamos de sermos olhado, ouvido, caso estivéssemos naquela situação de outrem... E são tantas as possibilidades quando se quer realmente Bem a alguém... Pois, são, também, nessas pequeninas coisas que 'acendemos' a luz de um ser, e o inspiramos a não propagar o "breu ensinado"... Com uma pequenina semente de luz! Embora a luz não tenha tamanho ou dimensão...
...E destas afirmações surgem inúmeras perguntas do tipo:
...E destas afirmações surgem inúmeras perguntas do tipo:
- Como? se lábios abertos em sorrisos que parecem verdadeiros escondem a alma que maquina o nosso mal?
- Por quê? se não nos olham como seres, mas como objetos, de bel prazer ou de vaidade?
- A quem? Se muitos nos fazem o mal?
...E as respostas com a luz da verdade não estão relacionadas a "alguém", a partir do nosso exterior ou do quê vamos 'nos beneficiar com isto' (e sim com o nosso interior)... Embora muitos assim queiram responder (e o fazem), pois é mais fácil encontrar uma resposta que vá "lhe auto-justificar", a partir de acusar, a partir de julgar, e de "nos isentar"... Afinal, tudo o que fazemos "é fruto do meio"...
Mas... e uma pergunta que realmente tem importância, quando terá seu lugar? E que só poderá ser respondida, juntamente com as complementares, por nós mesmos, quando deixarmos de perceber o 'cisco no olho do outro, e não tiramos a trave que está em nossos olhos a nos cegar': Até quando?
- ... vamos nos esconder nos outros e condicionar nossa evolução com a involução de outro?
- ... vamos nos sujeitar, nos diminuir segundo os valores, as teorias, as perfídias do mundo?
- ... o medo de ser será o culpado, o delimitador de quem somos e o propagador do mal que causamos?
- ... será mais importante ter razão do que ser feliz e fazer alguém feliz?
- ... vamos olhar o que não tem verdadeiramente valor e nos aniquilaremos por tudo o que não nos dispomos a enxergar, por tudo que já não saibamos, e que não nos foi 'importante saber'?
- ... vamos impor nossa visão, muitas das vezes contaminada, como sendo a mais correta?
- ... vamos ferir, desrespeitar o outro por identificarmos nossas impressões e experiências, nossos conhecimentos, nossa vivência como sendo mais importantes?
Enquanto tivermos tempo... Se, pelo menos, a três destas perguntas, quisermos responder a nos iluminar, a fim de nos conhecermos (sem o comodismo em cujo o qual nos escondemos, e sem medo das respostas), enfim, poderemos dizer a nós mesmos, a despeito de conjecturas e pré-determinações: passei da morte para a vida, renasci das trevas para ser quem realmente sou: Luz!
"E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz.
A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. (Lucas 11:33-35)
A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. (Lucas 11:33-35)
“Os homens hesitam menos em ofender quem se faz amar do que em ofender quem se faz temer; porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação que, por serem os homens pérfidos,
é rompido por qualquer ocasião em benefício próprio; mas o temor é mantido por um medo de punição que não abandona jamais.”
Nicolau Maquiavel
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