sábado, fevereiro 28, 2015

Quem somos...


"Nós não somos seres humanos 
a viver uma experiência espiritual, 
somos seres espirituais 
a viver uma experiência humana."
_Teilhard de Chardin
                
                    Quando esta afirmação for mais do que 'só palavras', for uma verdade que se expande, e se expande dos corações para os corações, e a refletir nas ações,  poderemos perceber o quão somos responsáveis (ou irresponsáveis!) diante de tudo o que vemos em nosso dia a dia...  Quando muitos puderem olhar a si mesmos como co-participantes de tudo o que aí está, haverá não só a esperança, bem como o gerar da renovação, a mudança de tudo o que vivemos, fazemos, e de tudo o mais a nossa volta... Com exercício de liberdade, inspiração, intuição e no bom, ou melhor, no melhor sentido de 'viver e deixar viver', pois cada um vive o que foi forjado no campo da 'batalha de nascer, ser e viver', inclusive... Onde "tudo vale a pena, se a alma não é pequena."

                            Muitos, quando se deparam com esta declaração (levando-a diretamente à mente, à razão), a remetem somente ao sentido religioso, à 'iluminação', que só alguns podem alcançar etc.  Não a relaciona como algo pessoal, ou seja, com algo íntimo, oriundo não só de nossa existência no mundo, bem como de nossa ligação com o universo, com o infinito, nossa origem. Como quem só percebe a matéria ou o material, como fossemos 'apenas' corpo e mente...  Como fossemos uma 'massa bruta sem vida', sem um sopro de vida extraordinário, sobrenatural...
                             Bem é verdade que, a maioria dos 'ensinamentos que nos são ofertados', as verdades que aprendemos, são para isso mesmo: nos percebermos menos, enquanto outros são mais; para nos sentirmos menores, enquanto damos lugar aos que são maiores... Sem verdadeiramente, nos percebermos... Ou seja, não somos menores, nem maiores; não somos menos nem mais... Somos!  Podendo ser o quanto quisermos; inclusive, menos e mais (sempre para sermos melhores)... E tudo quanto está inserido nesta afirmação, que não tem definição, nem dimensão.  Onde tudo é...
                      Se fossemos somente segundo as "trocentas" teorias sobre a vida e o homem, já nem seríamos... Apenas, ou talvez, existiríamos segundo as definições e formatações estabelecidas por " A ou B " (embora, em muitos aspectos, não estejamos assim tão distantes disso...), ou nem nasceríamos...
                      Mas, graças aos céus... Nem tudo pode ser manipulado, nem tudo pode nos 'definir', controlar, formatar... Porque, mesmos sem nos sabermos, nos conhecermos... "Somos mais"! E esse "mais", nem pode ser mensurado, pois nossa real essência está relacionada à infinita grandeza de ser, poder... No que  diz respeito ao infinito, ao Criador e nossa missão...  
                     Nesta altura da leitura - pois, a mente é quem está a governar exclusivamente - alguém afirmará: - Pura teoria também. Como isso pode ser provado? (indo, mesmo sem saber, à alguma teoria, de que só o provado é possível, visível). E antes de nos preocuparmos com respostas, por que não outra pergunta?   - Quem disse que tudo em nossa vida é visível ou precisa ser provado para existir? Ou, ainda:  Algo que não conhecemos,  algo que está fora do ensinado, simplesmente não existe?
                     Bem, buscando respostas... Tantas coisas são sem enxergarmos: as correntes de energia, o ar...  Temos, também, ao longo da sabida existência humana, inúmeros exemplos de criações, descobertas que estão em nosso mundo material a partir do que não se conhecia ou foi ensinado...  Ou seja, fora dos padrões determinados, fora do propagado como absoluto e 'provado'... Surgiram a partir do fluir do querer, do criar e do fazer de alguém, mesmo ainda não existindo, mesmo não conhecido como possível de ser realizado... Inventores ajudadores, inclusive, da era tecnológica de nossos dias (- Embora, com tanta tecnologia, tenhamos o desprazer de ficar, por exemplo, dias e dias sem internet por semana, ou mais de uma semana, à mercê de 'problemas técnicos sem definição', ou "sorte" de conexão do local no sorteio da operadora oficial... E tem ainda a velocidade à manivela quando 'tem internet'...  Fatores que impossibilitam tantas coisas, como: postar no Blog, pois mesmo com tantos avanços, não dá para formatar corretamente uma postagem, via 'smartfones da vida'... Mazelas da manipulação com suas unhas na tecnologia... Mas, isso não tem importância para quem não está passando por isso... Sem contar a perda de tempo horrenda, cansativa, entre tentativas e tentativas, quando, na vida, o melhor é vivê-la 'ao vivo e a cores'...). 
            Voltando ao assunto... Diversas invenções  surgiram do 'nada', ou melhor, surgiram a partir do que "ainda não era"... Para ficarmos inseridos em 'notícias atuais', damos o exemplo de Alessandro Voltas, homenageado pelo Google, em seu 270o Aniversário (com essa referência,  essa 'ferramenta tecnológica' tão presente em nossos dias, talvez gere uma credibilidade para o nosso texto). Alessandro Voltas, voltando a ele como exemplo específico, não tinha estudos ortodoxos (autodidata em muitas áreas; como muitos, desde sempre, até os dias de hoje, alguém que se utiliza de inspiração, intuição etc. para direcionar 'seus estudos' em prol do que busca, sente, flui, ao invés do estipulado), e mesmo sem possuir diplomas mil da sua época, tornou-se, literalmente, mestre em sua geração, em uma área desconhecida até então... Desconhecida, pela ótica que ele via... Mas... quem foi, afinal, Alessandro Voltas?   Pelo o Google temos respostas elaboradas, pintadas, desenhadas... Enfim, ao gosto do leitor. Aqui basta que saibamos que foi o inventor da pilha, em 1.700 e "lá vai fumaça"... e que quando o fez não havia a menor condição ou comprovação de que o faria...  
Homenagem do Google a Alessandro Voltas
                A questão aqui não é a invenção de quem quer que seja (nem temos a obrigação de inventarmos nada, claro...), mas sobre a reflexão de que não devemos em nossa passagem por esse mundo - algo único, personalíssimo - refletir somente o que querem que sejamos... Não devemos acreditar somente no que nos falam, nos ensinam. Ou pior ainda, desacreditarmos de nós mesmos por não termos os valores materiais ou intelectuais que decretaram como sendo os ideais para sermos e fazermos algo... A questão aqui é, tão e expansivamente, a reflexão de que a vida e o homem não podem ser definidos com simples conjecturas ou padrões empacotados. Talvez, nem possam ser definidos... Mas, com certeza, são os fatores transformadores do mundo em que estamos (isso no bom e no mau sentido), e são, também, os seus moveres que trazem o novo, o desconhecido -  para muitos descabido - para a existência que conhecemos; o "Mais" a mais do que querem nos fazer viver, em nossa Vida e por através de nós... Não abandonando nossa origem, o fato é que o que temos a fazer (e fazemos!), seja à luz de ideia, sonhos, desejos a realizar, faz toda a diferença na vida nossa de cada dia, despedaçando até mesmo as prisões da alma: quando nos permitimos viajar com consciência não puramente mental, mas com a espiritual, transcendental...
                E a outra questão é: qual o mover que, a partir de nós, estamos emanando? É um fluir genuíno ou desenhado em um quadrado ou gaiola por alguém? Perguntas que não precisam de respostas para ninguém, a não ser para nós mesmos, pois, o compromisso de nossa essência com nossa existência é nosso, sob pena de vivenciarmos o oposto de nossa verdadeira condição... Além de sermos inimigos íntimos de nós mesmos, a não atingir pessoal e necessária evolução, sermos replicadores de involução...


 "Como criança
Busco ter as pegadas...
Com a esperança
Ando de mãos dadas...
Novos dias chegarão
trazendo não só as flores da estação,
as da poesia e da alegria...
Encontros se darão por inspiração,
por intuir, e luz do coração.
Genuíno mover terá seu lugar
Sendo importante ser, viver e amar..."
(Valéria Milanes Aluahy)

                  "Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida e que de mãos dadas trabalharemos todos pela vida verdadeira.
           Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
                 Fica decretado que a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas e que os girassóis terão direito a abrir-se na sombra e que as janelas devem permanecer o dia inteiro abertas para o verde, onde cresce a esperança.
             Fica decretado que o homem não precisará mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.
           Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura das palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
          Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
             Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
              Fica decretado que a maior dor sempre foi e sempre será não poder dar-se amor a quem se ama, e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
            Fica permitido que o pão de cada dia tenha do homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
             Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o uso do traje branco.
                Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e por isso é belo, muito mais belo do que a estrela da manhã.
      Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. Tudo será permitido, sobretudo brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
        Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
       Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente, como um fogo ou um rio, ou como a semente do trigo, e a sua morada será sempre o coração do homem." 
_Thiago de Mello, in "Estatutos do Homem"

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Fonte Imagens: Google Imagens

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