O que muito hoje a humanidade necessita? Refletir...
Precisa buscar ajuda... Permitir-se intuir...
Encontrar caminhos para si e fazer-se companhia
Apoiar-se em Deus, dar créditos aos seus
Reencontrar-se com a VIDA e a POESIA.

É um convite a pensar, conversar
Meditar com palavras explícitas
Implícitas experiências do Coração
Dar mais um espaço à EMOÇÃO!
"...a POESIA é para comer, senhores..."


sexta-feira, outubro 03, 2014

A Poesia, o Sentir e o Fluir...


"... a poesia é para comer, senhores."
_Natalia Correa

       Tudo está dentro de nós, já que infinito somos... 
Temos luz e escuridão; temos esperança e desconfiança; temos sentimentos bons e ruins; olhos para ver a beleza e inclinação a enxergar o não-belo... Tudo está em nós... A partir do contato que temos das "visões", do sentir e do agir de outros... Da 'educação' ou decepção que tivemos e, ainda, o que ainda não conhecemos... Somos infinitos, infinitas são as possibilidades de ser, de sentir, de fluir e de repelir, inclusive...


                   A poesia perspira, vislumbra todo esse mover: de ser, de crer, de não querer por temer etc.  Somos infinitamente um conjunto de tudo o que existe, vimos, choramos, rimos... Por isso, gosto de "definir" o homem como "Àgua": aquele que flui sem cessar por diversas correntes, caminhos, influências... Aquele que de dentro dele brota um jorrar de sentimentos... Tudo é ser, tudo é sentir! Até quando parece entorpecido, adormecido...
         Quem com a poesia se envolve pode ver o belo de tudo o que há, e também o que não é tão belo... Pois, depara-se, na verdade, com o que jorra de si mesmo, ao ter contato com o "fluir' de outros... São sentimentos de outros, mas poderia ser o seu, são gemer de outros, igualmente o quanto, em algum momento da vida, você já gemeu... Outros seres, que são "Eu"; o sentir de outros que poderia ser o "Meu", pois também, no fluir do universo, somos um...
       Quando um poeta descreve, por exemplo, seus anseios, não espera simplesmente que outro tenha os mesmos anseios,  nem tenciona querer o que não é... Não é para definir ninguém, apenas o que flui do seu interior. E que também poderia ser, ou foi, ou será em algum outro lugar...  Um fluir em si!  O poeta busca encantar com o encanto que dentro dele há (mas não há só nele, mas em todos nós...). 
           A poesia não define ou influencia ninguém, mas busca mostrar o sentir de alguém, e, também, o que pode estar adormecido, escondido, doído... O que não quer dizer que seja impossível de ser acordado, achado, curado, vivido...  Por isso, Poesia e Romantismo se confundem, ou os confundem como sendo um.. Acontece que a Poesia conhece o que o espírito do homem sabe e, muitas vezes, em sua mente não cabe: quem tudo cura, constrói, refloresce o homem é... o AMOR!  E todo o seu lirismo, e toda a sua incompreensível "eleição" dentro do coração... E todo o caminho que ele mesmo trilha a mostrar ao próprio homem o que está trancafiado, amordaçado... Mas, vivo!
          O que é muito incompreensível, mesmo, para o homem - sobretudo nos tais tempos modernos - é querer agir segundo o que "entende do amor". A supremacia propagada do "penso, logo entendo tudo"... Mas, AMOR não se entende, sente-se! Ele flui! 
...E não é segundo o jeito de outros, ou fatos que já presenciou. AMOR não é definido por experiências anteriores, pois não é emprego; não, experiências não servem como referências. Ele faz tudo dele mesmo e novo, trazendo um renovo... Amor não é um livro, que lemos um do mesmo gênero, e achamos que sabemos tudo sobre todos os outros do mesmo tema..  O Amor é único, mas desdobra-se segundo o mover, o gemer, a prisão e, principalmente, a liberdade de cada um... O que o faz infinitamente mais bonito, pois ele é aquele que é sem definição, e de acordo com a luz, ou não, em cada coração... Sendo ele o que nós não nos percebemos ser, embora sejamos... Quem é: Infinito!
       Talvez, por isso também, o poeta não seja aquele que possa ser compreendido, e a sua forma de permitir em si o fluir, inclusive do Amor; o seu transbordar (dentre um mundo de sensações e emoções fluindo...). O poeta não anseia nada do ser amado que ele não possa captar, sentir ou ser; muito embora a vida (na verdade, o mundo) tem doutrinado o homem a ser robotizado e, com isso, delimitado... 
     Experiências ruins com outros perdidos, tem feito o homem se perder mais e mais. E então, é mais "fácil" Ter do que Ser!  Só parece fácil, pois... Por que, ao alcançar o auge do que se pode Ter, o homem ainda continua perdido: vazio, e, ao mesmo tempo, entulhado? 
      Contudo, ainda assim, o imortal Amor sempre encontrará um caminho em cada coração e irá fazê-lo trilhar a si mesmo... Usando de nuances próprias: o encantar, o apaixonar, o querer, o queimar...  Onde o homem, de água, toma conhecimento de outra face sua: torna-se fogo... Um mar de fogo! Levando-o a reencontrar-se primitivamente, não pelo o que outros fizeram, foram; não fizeram ou não foram... Mas, pelo o sentir e o ser, mais do que tudo o mais... 
        Esse é o Amor, não por definição, por equilíbrio, missão! E o poeta, por uma capacidade de ser impactado, de sentir (sente até o que o outro não sabe que está dele fluindo),  um dos intérpretes, também, dEle. Não na palavra somente; principalmente, no jorrar, no fluir, e o Ser... do Amor!                                           (Valéria Milanês)

Fonte de imagens: Google Imagens

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